sexta-feira, 5 de julho de 2013

A dita Dura!

   Aos que são adeptos a "nova ARENA", que sentem "saudades"da Ditadura Militar e blá blá blá... Sugiro a leitura de um livro:

"CÃES DE GUARDA - JORNALISTAS E CENSORES: DO AI-5 À CONSTITUIÇÃO DE 1988" da autora Beatriz Kushnir:


   Aqui deixo um fragmento, apenas:


   "Na noite do dia 20 de julho de 1971, sua mãe recebeu um telefonema de um delegado do Deops, em Santos, comunicando o assassinato do filho¹. Foi informada de que Merlino se teria jogado embaixo de um carro na B-116, na altura da cidade de Jacupiranga. Na versão oficial, ele tentava fugir enquanto era levado a Porto Alegre para "entregar companheiros". Na realidade, Merlino foi retirado de sua casa, em Santos, cinco dias antes, por pessoas que no início se diziam amigos e, minutos depois, instalaram o terror no local. ... Levado para Oban, na rua Tutoia, foi torturado por 24 horas e deixado em uma cela solitária. Seu estado de fraqueza agravou as fortes dores nas pernas, fruto do tempo de permanência no "pau de arara".Sem cuidados médicos, mesmo depois da queixa de companheiros, Merlino sofreu de uma gangrena generalizada, vindo a falecer no dia 19." (P.248 e 249)


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¹ Luís Eduardo da Rocha Merlino: Estudante de História na Universidade de São Paulo, esteve presente nos movimentos de 1968. Participou da manifestação diante do Tribunal Militar de São Paulo, contra a prisão de jornalistas. Estava presente no XXX Congresso da UNE em Ibiúna, em setembro de 1968, fazendo a cobertura jornalística para a "Folha da Tarde". Sua qualidade de jornalista permitiu ser ele um dos poucos presentes que não foram presos; assim sendo pôde trazer recados e informar o que realmente havia acontecido. Nessa época já havia ingressado no Partido Operário Comunista (POC).

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